Durante muitos séculos, o processo de fermentação fez parte do quotidiano das pessoas. Era uma forma segura de preservar os alimentos e de os tornar mais saborosos.
Em todas as cozinhas do mundo se encontram alimentos fermentados: o sauerkraut na Europa, as dosas na Índia, o miso no Japão e os pickles nos Estados Unidos, entre muitos outros.
Mas a maior riqueza dos produtos fermentados são as bactérias e leveduras vivas que deles fazem parte. Além de preservarem os alimentos, elas ajudam-nos a digeri-los e aumentam a sua biodisponibilidade.
No nosso corpo, temos em média 1,5 kg de bactérias que coabitam connosco – são o nosso microbioma. A maior parte delas vive no nosso intestino, fazendo parte da nossa flora intestinal.
O nosso intestino é a primeira linha de defesa contra agentes patogénicos e toxinas (vírus, fungos, parasitas, pesticidas, conservantes, entre outros), pois não deixa que eles entrem na nossa corrente sanguínea. Se essa barreira não estiver forte, ocorrem uma série de problemas que podem ir desde intolerâncias alimentares a doenças autoimunes.
Estas bactérias comem o mesmo que nós, elas alimentam-se de prebióticos que são fibras naturais provenientes de frutas e legumes, nomeadamente:
- Bananas verdes, citrinos (inteiros, não em sumo!);
- Feijão, grão-de-bico, lentilhas, ervilhas;
- Espinafres, espargos, alho, cebola, beringelas, endívias, alcachofras, etc.
Elas desempenham um papel muito importante em todo o processo digestivo e, consequentemente, no sistema imunitário. Ajudam a degradar os alimentos que ingerimos em pequenas partículas, para, depois, serem utilizados pelo nosso organismo.
Portanto, se tivermos uma alimentação saudável e completa, o nosso microbioma torna-se mais forte e saudável.
O processo de fermentação:
Este processo começa com alimentos naturais como legumes, leite, chá, grãos entre outros, e, depois, através de um processo biológico, crescem e desenvolvem-se bactérias e leveduras saudáveis que dão a esses alimentos qualidades vivas.
Vantagens dos alimentos fermentados:
- fortalecem o nosso sistema imunitário;
- funcionam como antioxidantes;
- nos alimentos lácteos, transformam a lactose em ácidos lácteos de mais fácil digestão;
- nos grãos, neutralizam o ácido fítico, tornando-os mais fáceis de digerir;
- aumentam a biodisponibilidade dos alimentos;
- são mais baratos que os suplementos de probióticos;
- preservam os alimentos que são colhidos na época certa;
- vegetais fermentados duram até 1 ano guardados no frigorífico;
- podem ser utilizados ciclicamente para fazer novos produtos (ex: kefir, iogurte);
- dão novos sabores aos alimentos.
Quando fermentamos um alimento, ele vai tornar-se mais saudável, completo e saboroso!
Tente incluir, pelo menos uma vez por dia, alimentos fermentados na sua alimentação.
Exemplos de alguns alimentos fermentados:
- Kefir
- Iogurte natural
- Miso
- Tamari
- Pickles naturais
- Kimchi
- Sauerkraut
- Kombucha
- Tempeh
- Queijo fermentado
Receitas que utilizam esta técnica:
Se tiver interesse em aprofundar esta técnica, aconselho uma sessão de coaching sobre alimentos fermentados. Clique aqui para mais informações.
8 Comentários
Batido de Kefir com Morangos e Hortelã -GlutenFree com paixão | Sem Glúten Portugal
29 Maio, 2015 às 20:26[…] Fermentar: Probióticos Naturais […]
kefir | GlutenFree com paixãoGlutenFree com paixão | Sem Glúten Portugal
29 Maio, 2015 às 20:35[…] Fermentar: Probióticos Naturais […]
Joana
1 Junho, 2015 às 14:29O kefir também pode ser feito com bebidas vegetais ? O que aconselha, probioticos, a quem é intolerante ou alérgico ao leite ?
Obrigada, Joana
Sofia Paixão
3 Junho, 2015 às 19:29Olá Joana, sim pode. Tem também a Kombucha que é uma bebida fermentada que pode juntar aos sumos ou smothies.
Ana Sofia Rodrigues
4 Agosto, 2015 às 14:05Estou tentada a experimentar kefir com leite vegetal de aveia, já que sou intolerante ao leite de soja. Posso colocar na iogurteira para fazer a fermentação? Obrigada pelas suas dicas 🙂
Sofia Paixão
13 Agosto, 2015 às 10:39Olá Ana, para fermentar o leite vegetal vai precisar de usar um “starter” para esse tipo de leite. Quando for comprar, compre o indicado para leite vegetal. 🙂
Sara Baptista
15 Março, 2016 às 23:43Olá Sofia, depois de fazer as “natas de caju” que vi na TV e que todos adorámos cá em casa, tentei fazer o Kefir, mas não correu muito bem… Terão sido os produtos (leite meio gordo de Cabra e Kefir de Cabra ecológico desnatado) ou talvez a temperatura ambiente… Sou nova no mundo dos alimentos e receitas sem glúten e desde já agradeço uma ajudinha 😀
Sofia Paixão
17 Março, 2016 às 11:50Olá Sara, para fazer o kefir pela primeira vez o ideal é utilizar uma saqueta de probióticos para kefir e, depois, nas vezes seguintes, já não precisa da saqueta e utiliza 8 colheres de sopa do kefir que fez anteriormente. Experimente o do Brio da marca Nat All que é muito bom. Também pode usar probióticos vivos mas são mais difíceis de encontrar. Boa sorte! 🙂